Archive for the ‘racial identity’ Category

Assuming oneself as black doesn’t deny miscegenation – Assumir-se como negro como negro/a não nega miscigenação

February 27, 2009

Assuming oneself as black doesn’t deny miscegenation.

I often hear biracial people of African descent say that to define themselves as simply black is a denial of the existence of the their non-black parent. I disagree. Millions of persons of African descent have significant genetic contribution from non-black ancestors. In this world, the society itself defines how are people are accepted. A person could have non-African ancestry, but if the world sees that person as non-white, that person will defined as non-white.Recently, actress Sophina Brown affirmed this assessment. In an interview with EBONY magazine, Brown, who is biracial, was asked if she defined herself as a black woman. Brown replied:

“Yes, I do…I have always seen myself as a black woman because that’s how the world sees me. But I do have pride in being biracial as well. In no way am I trying to put down my German heritage or my mother. She’s one of my heroes.”

Assumir-se como negro como negro/a não nega miscigenação.

Eu ouvi muitas vezes pessoas biraciais de ascendência africana dizem que se definir como simplesmente negro/a é uma negação da existência do seu pai não-negros. Eu discordo. Milhões de pessoas de ascendência africana tem contribuição genética significativa dos seus antepassados não-negros. Neste mundo, a própria sociedade define como as pessoas são aceitas. Uma pessoa poderia ter ascendência não-africana, mas se o mundo essa vê a pessoa como não-branca, essa pessoa será definido como não-branca. Recentemente, a atriz Sophina Brown afirmou nesta avaliação. Em uma entrevista com a revista Ebony, Brown, que é biracial, foi perguntado se ela se definiu como uma mulher negra. Brown respondeu:

“Sim, eu me defino…Eu sempre me vi como uma mulher negra porque esse é o modo como o mundo me vê. Mas eu tenho orgulho em ser biracial também. De maneira nenhuma eu estou tentando negar a minha herança alemão ou a minha mãe. Ela é um dos meus heróis.”

Becoming black/Tornar-se Negro

November 3, 2008


David dos Santos / Dave Myers

Although these men share the name David, they also share a similar experience in regards to race. David Raimundo dos Santos was born in 1952 in Minas Gerais, located in the southeast of Brazil. Dave Myers was born in Ohio, a midwestern state of the United States in 1960. Besides their names, both of these men share a common history concerning racial identity. Growing up, both of these men thought that they were white. Dos Santos’s father hid his racial identity from him and his mother never had any interest in the issue, so Dos Santos believed that he was white but that his skin had become dark due a sunburn. Myers was told by his white mother that he had a skin disease that darkened his skin. Myers’s mother had a brief encounter with his black biological father but married a white man and the family lived in a majority white community. According to Myers, all of the images he heard and saw of blacks were negative and he never wanted to considered black. For dos Santos, it was a white man who eventually explained to him the necessity of understanding his history and adapting a black identity. Dos Santos and Myers both learned the truth about their racial classification after the age of 22, dos Santos was 23 and Myers 26.
What is important to consider is that neither of these men have extremely light skin and they both have features that many people would probably consider African. In other words, a person doesn’t have to look like singers Mariah Carey or Vanessa Mata to have identity issues. There are many factors that can influence the development or lack of a racial identity. Many studies verify the fact that some black children, even when they have two black parents, experience rejection by other black children if they don’t talk, behave or look a certain way that is traditionally associated with other blacks. What is important for black people to remember is that ALL black people don’t have the exact same life experiences. We often talk about the differences that exist between the black world and the white world but seem to forget the complexities of experiences within the black world itself.
Dark-skinned and light-skinned blacks can experience discrimination from other blacks. The black child, biracial or not, who grows up in a middle-class majority white community and has values, tastes and mannerisms associated with whites sometimes faces discrimination when he or she interacts with lower-class black children. Although I acknowledge that having an identity and a sense of belonging is important, the experiences of one cannot define the experiences of all. The fight to be accepted as complete, complex human beings will be lost if we allow ourselves to be put inside of the box that we fought so hard to escape.
Today, dos Santos identifies himself as black. And although Myers met his black biological father, he prefers to identify himself as simply human. Dos Santos is the president of Educafro, an organization that prepares black and poor students for the Brazilian college entrance exam. Myers created the website Discuss Race which encourages readers to share their opinions on the topic.

Vanessa da Mata / Mariah Carey
Embora estes homens partilham o nome David, eles também partilham uma experiência semelhante em relação à raça. David Raimundo dos Santos nasceu em 1952 em Minas Gerais, localizada no sudeste do Brasil. Dave Myers nasceu em Michigan e cresceu em Ohio, dois estado da região centro-oeste dos Estados Unidos em 1960. Além de seus nomes, os dois homens partilham uma história comum relativa à identidade racial. Crescendo, de ambos destes homens pensavam que eles eram brancos. O pai de dos Santos escondeu a identidade racial dele e sua mãe nunca teve qualquer interesse na questão, por isso dos Santos acreditava que ele era branco, mas que ele tenha pele escura por causa de queimadura solar. Myers foi dito por sua mãe branca que tenha uma doença de pele que deixou a pele dele escura. A mãe de Myers teve um breve encontro com seu pai biológico negro, mas casou com um homem branco e a família vivia em uma comunidade branca predominantemente. Segundo Myers, todas as imagens que ele viu e ouviu de negros foram negativos e ele nunca quis ser considerado negro. Por dos Santos, foi um homem branco que acabam explicou-lhe a necessidade de compreender a sua história e de adaptar uma identidade negra. Ambos, dos Santos e Myers, aprenderam a verdade sobre a sua classificação racial após da idade de 22, dos Santos tinha 23 anos e Myers tinha 26.
O que é importante a considerar é que nenhum destes homens têm pele extremamente clara e ambos têm características que muita gente ia provavelmente considerar africanas. Em outras palavras, uma pessoa não tem que parecer com cantoras Mariah Carey ou Vanessa da Mata a ter questões de identidade. Existem muitos fatores que podem influenciar o desenvolvimento ou a falta de uma identidade racial. Muitos estudos verificar o fato que algumas crianças negras, mesmo quando eles têm dois pais negros, vivem rejeição por outras crianças negras se eles não falam, comportam ou parecem uma certa jeito que é tradicionalmente associada aos outros negros. O que é importante para a população negra é de lembrar que TODOS os negros não possuem exatamente as mesmas experiências da vida. Falamos frequentemente sobre as diferenças que existem entre o mundo negro e o mundo branco, mas parecemos esquecer as complexidades de experiências dentro do mundo negro em si mesmo.
Negros de pele escura e negros de pele clara podem viver discriminação de outros negros. A criança negra, biracial ou não, que cresce em uma comunidade predominantemente branca da classe média e tem valores, gostos e trejeitos associada com os brancos às vezes enfrenta a discriminação quando ele ou ela interage com as crianças negras da classe baixa. Embora eu reconheço que ter uma identidade e um sentimento de pertença é importante, as experiências de um não pode definir as experiências de todos. A luta para ser aceito como seres humanos completo e complexo será perdido se deixarmos-nos ser colocar dentro de uma caixa que nós lutarmos tão duro escapar.
Hoje, dos Santos identifica-se como negro. E embora Myers conheceu seu pai biológico negro, ele prefere a identificar-se como simplesmente humano. Dos Santos é o presidente de Educafro, uma organização que prepara os alunos negros e pobres para o vestibular brasileiro. Myers criou o site Discuss Race (Discutir Raça), que incentiva os leitores a partilhar as suas opiniões sobre o tema.

The multiracial category and the maintenance of the racial hierarchy/A categoria multirracial e a manutenção da hierarquia racial

September 29, 2008
In the past decade or so in the US, there has been a lot of controversy over the issue of multiracial Americans having the opportunity to check more than one box on American census forms and also identifying themselves as multiracial. For many, the opportunity to “check all that apply” symbolized a much needed change in an American racial ideology that continued to adhere to the infamous “one drop rule”. My question is, have racial ideologies or the racial hierarchy really changed simply because more people call themselves “mixed”, “biracial” or “multiracial”? Through my analysis of the Brazilian situation, I can say with confidence that racism and the racial hierarchy can indeed co-exist with fluid racial terminology.

In Brazil, citizens and social scientists have repeatedly argued that through miscegenation, the country has achieved a racial democracy which proves that the country is morally superior to its northern neighbor. People have also argued that people of mixed racial ancestry are more successful and accepted than their ancestors whose features are more visibly African. Yet when one analyzes social statistics it becomes clear that Brazil’s so-called pardos and mulattos of mixed racial ancestry are by and large in the same social situation as their darker, supposedly more African looking brothers and sisters while those accepted as white sit atop the racial hierarchy in every important facet of Brazilian society. So my question is, if the Brazilian experience with racial mixture and multiracial categories has produced a similar racial hierarchy, what real value does having multiracial identity or census categories have? As Jean Paul Sartre once wrote, “the very idea of race implies that of inequality” since the category was created to justify the domination of one group over others.

The introduction of a multiracial category is not a solution to a racial hierarchy that remains the same. A multiracial category simply complicates the issue even more because New World black people are already multiracial. In my experiences with many biracial, black/white people, I have been told that their white mothers have encouraged them not to date or marry blacks and to tell people that their mother is white when they experience racism. According to professor Rainier Spencer, it is also true that many multiracial people vehemently reject the idea that African-Americans could also identify themselves as multiracial. Why? Does it threaten the perceived advantages of being multiracial? Does it give the multiracial person special privileges over “plain” black people?

As phenotype conflicts remain an issue amongst African-Americans, the introduction of multiracial identity does nothing but increase an already overvaluation of whiteness. Racism, as a system, is based on the non-European ancestry of people who are victimized by it. And while a multiracial person may be of partial European ancestry, partial European ancestry does not necessarily equal whiteness. Thus, as Muniz Sodré explains, if we are to continue to speak in racial terms, “there is only white and the others” for “race is always the other”.

Na última década ou por aí nos EUA, tem havido muita controvérsia sobre a questão das americanas multirraciais terem a oportunidade de marcar mais do que opção nos formulários do censo americano e também identificar-se como multirracial. Para muitos, a oportunidade de “verificar tudo que for aplicável” simbolizava a necessária mudança de um ideologia racial americana que continuou a aderir á infame “regra de uma gota”. A minha pergunta é, as ideologias raciais e a hierarquia racial tem realmente mudaram simplesmente porque existem mais pessoas que chamam-se “mestiços”, “biraciais” ou “multirraciais”? Através da minha análise da situação brasileira, posso dizer com confiança que o racismo e a hierarquia racial pode de fato coexistir efectivamente com terminologia racial fluida.

No Brasil, os cidadãos e os cientistas sociais têm repetidamente defendido que pela miscigenação, o país realizou uma democracia racial que prova que o país é moralmente superior ao seu vizinho do norte. Também argumenta-se que as pessoas de descendência racial mista são mais bem sucedidas e aceitas do que seus ancestrais cujas características são mais visivelmente africanas. Contudo, quando analisa-se estatísticas sociais torna-se claro que o chamado pardos e mulatos de descendência racial mista são, em geral, na mesma situação social como as suas mais escuros, mais visivelmente africano irmãos e irmãs, enquanto as que foram aceitos como brancos sentar acima a hierarquia racial em tuda faceta importante da sociedade brasileira. Assim, a minha pergunta é, se a experiência brasileira com a mistura racial e categorias multirraciais elaborou uma hierarquia racial semelhante, o que é o valor real de uma identidade multirracial ou categoria no censo americano? Como Jean Paul Sartre uma vez escreveu, “o próprio conceito de raça implica aquele de desigualdade” desde que a categoria foi criada para justificar a dominação de um grupo sobre um outro.

A introdução de uma categoria multirracial não é uma solução para uma hierarquia racial que permanece a mesma. A categoria multirracial simplesmente complicar ainda mais a questão, porque negros do Novo Mundo são já multirraciais. Nas minhas experiências com muitas pessoas biraciais (preto/branco), fui informado que as mães brancas delas têm incentivado-las evitar namorar ou casar com negros e também que eles devem informar outras pessoas que a sua mãe é branca quando eles passam por experiencias de racismo. Segundo o professor Rainier Spencer, também é verdade que muitas pessoas multirraciais rejeitar com veemência a ideia de que afro-americanos também poderia identificar-se como multirracial. Porquê? Seria uma ameaça às vantagens percebidas de ser multirracial? Será que ela dá privilégios especiais ás pessoas multirraciais que “negros regulais” não vai recebeu?

A introdução de uma categoria multirracial não é uma solução para uma hierarquia racial que permanece a mesma. A categoria multirracial simplesmente complicar ainda mais a questão, porque negros do Novo Mundo são multirraciais por natureza. Nas minhas experiências com muitas pessoas biraciais (negro/branco), foi me dito que as mães brancas incentivam-nos a evitar namorar ou casar com negros e a dizer as pessoas que a sua mãe é branca quando eles passam por experiencias de racismo. Segundo o professor Rainier Spencer, também é verdade que muitas pessoas multirraciais rejeitar com veemência a ideia de que afro-americanos também poderia identificar-se como multirracial. Porquê? Seria uma ameaça às vantagens de ser multirracial? Será que ela da privilégios especiais a pessoas multirraciais sobre outros negros?

Como conflitos de fenótipo continuam a ser uma questão entre os afro-americanos, a introdução de identidade multirracial não faz nada alem de aumentar a super-valorização de brancura. Racismo, como um sistema, é baseado na ancestralidade não-europeia das pessoas que são vitimados por ele. E enquanto uma pessoa multirracial pode ter ascendência europeia parcial, ascendência europeia parcial não é necessariamente igual a brancura. Assim, como explica Muniz Sodre, se quisermos continuar a falar em termos raciais, “há só brancos e os outros” porque “raça é sempre o outro.”