Archive for the ‘Valéria Valenssa’ Category

Black beauty continues to base itself on the European aesthetic – Beleza negra continua a basear-se no estético europeu

April 2, 2009

This article appeared last week and I must say that I am more surprised that people are surprised than by the actual story. Here is the story. Hip Hop mogul Sean “Diddy” Combs has been promoting his new alcoholic beverage, Ciroc. In order to promote the beverage, Imperative Talent Management requested that women who wanted to participate in a commercial for the beverage apply, but only if they are “white”, “Hispanic” or “light-skinned African-American”.

As could be expected, when this new scandal became news in the black community, of course Combs issued a statement saying that he loves women of all shades. There are many angles to consider in this controversy. First, as I written previously, black people continue to base their standards of beauty according to the European standard. This has been true for many centuries. Considering this fact, there should be no surprise in the type of women that was requested by the management company. Over the years, there have been various documentaries and articles about the Hip Hop industry that have revealed that often times, hip hop artists themselves request women who appear to be “less black”, or of “mixed ancestry” to appear in their music videos. If we pay attention to magazines targeting the black community, or the black women that are considered to be most desirable, we will notice very few women with the same skin color as Sudanese model Alek Wek (I have written extensively about the beautiful woman of African descent and her position in the Western world). Studies by Diva Moreira (Brazil) and Maxine Leeds Craig (United States)** also confirm the social advantages accorded to women of lighter skin in the marriage market of the two countries.

The same is true in Brazil. The women I present in my “Black Beauty” section represent the standard of the type of black women that are considered to be attractive in the black communities of Brazil and America. I would argue that in both countries, the standard of beauty for the women of African descent is the women of light or medium brown skin. She cannot be “too dark” and her facial features cannot be “too ethnic”.
We all know this to be true, so why do we continue to react as if we are shocked when something like this is exposed? We all know that within our own community, there are those people who still refer to our brothers and sisters of the darkest skin tones with all sorts of pejorative names. It is no accident that women that look like Halle Berry or Valéria Valenssa* are always selected as the best representation of black beauty. There is one other I would like to know. If “Diddy” requested “Hispanic” women for his commercials, but excluded darker-skinned black women, would women like Gina Torres, Christina Millian or Zoe Saldana also be excluded? All of these women are from “Hispanic” countries, but by American definitions, they are also black. I think I already know the answer to that question.


“Para o registro eu adoro mulheres de todas as tonalidades!!! Eu não discrimino! Não acredite na propaganda! Agora de volta á positividade!!!”


Valéria Valenssa – Halle Berry

* – Valéria Valenssa is a Brazilian model who was for 14 years the “Mulata Globeleza”, one of the most widely recognized symbols of the annual Rio de Janeiro Carnaval broadcasted on the Rede Globo television network.

** – See Moreira, Diva & Sobrinho, Adalberto Batista. “Casamentos inter-raciais: o homem negro e a rejeição da mulher negra” in: Costa e Amado (eds.). Alternativas escassas, saúde, sexualidade e reprodução na América Latina, Rio de Janeiro: FCC, Editora 34, 1994 and Craig, Maxine Leeds (2002). Ain’t I a Beauty Queen? Black Women, Beauty, and the Politics of Race. Oxford: Oxford University Press.

Esta artigo apareceu na semana passada e devo dizer que estou mais surpreso que as pessoas são surpreso do que estou surpreso pela própria artigo. Aqui está a história. O empresario do Hip Hop Sean “Diddy” Combs tem sido promover a sua nova bebida alcoólica, Ciroc. Para promover a bebida, Imperativo Talent Management solicitou que as mulheres que queriam participar de uma propaganda para a bebida candidatar-se, mas apenas se forem “branca”, “hispânica” ou “afro-americana de pele clara”.

Como seria de esperar, quando este novo escândalo se tornou notícia na comunidade negra, naturalmente Combs expedida uma declaração dizendo que ele adora mulheres de todas as tezes. Há muitos aspectos a considerar nesta controvérsia. Em primeiro lugar, como já escrito anteriormente, negros continuam a basear os seus padrões de beleza de acordo com a norma europeia. Isso tem sido verdade para muitos séculos. Considerando este facto, não deve haver nenhuma surpresa no tipo de mulheres que foram solicitadas pela empresa de gerência. Ao longo dos anos, tem havido vários documentários e artigos sobre a indústria de Hip Hop, que revelaram que muitas vezes, os próprios artistas do Hip Hop pedido as mulheres que parecem ser “menos negra”, ou de “mestiçagem” para aparecer nos seus vídeos musicais. Se nós prestamos atenção ás revistas dirigidas á comunidade negra, ou as mulheres negras que são consideradas mais desejáveis, vamos notar muito poucas mulheres com a mesma cor da pele como modelo sudanesa Alek Wek (Tenho escrito extensamente sobre a bela mulher de ascendência africana e sua posição no mundo ocidental). Estudos por Diva Moreira (Brasil) e Maxine Leeds Craig (Estados Unidos)** também confirmam as vantagens sociais concedidas ás mulheres de pele mais clara no mercado do casamento dos dois países.
O mesmo é verdade no Brasil. As mulheres que apresento na minha seção “Beleza Negra” representam o padrão do tipo de mulheres negras que são consideradas atraentes nas comunidades negras do Brasil e da América. Eu diria que nos dois países, o padrão de beleza para as mulheres de ascendência africana é uma mulher de pele morena clara ou marrom médio. Ela não pode ser “muito escuro” e as características faciais dela não podem ser “étnica demais”.
Nós todos sabemos este seja verdade, então por que nós continuamos a reagir como se nós estamos chocados quando algo como assim está exposto? Todos sabemos que dentro de nossa própria comunidade, existem aquelas pessoas que ainda se referem aos nossos irmãos e irmãs da pele mais escuros com todos os tipos de nomes pejorativos. Não é por acaso que as mulheres que se parecem com Halle Berry ou Valéria Valenssa são sempre selecionado como o melhor representação da beleza negra. Há um outro eu gostaria de saber. Se “Diddy” solicitada as mulheres “hispânicas” para a sua publicidade, mas exclui as mulheres negras de pele mais escura, as mulheres tipo de Gina Torres, Christina Millian ou Zoë Saldaña também seria excluído? Todas estas mulheres são de países “hispânicos”, mas pelas definições americanas, elas também são negras. Acho que já sei a resposta a essa pergunta.
** – Veja Moreira, Diva & Sobrinho, Adalberto Batista. “Casamentos inter-raciais: o homem negro e a rejeição da mulher negra” in: Costa e Amado (orgs.). Alternativas escassas, saúde, sexualidade e reprodução na América Latina, Rio de Janeiro: FCC, Editora 34, 1994 e Craig, Maxine Leeds (2002). Ain’t I a Beauty Queen? Black Women, Beauty, and the Politics of Race. Oxford: Oxford University Press.